O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso (PSDB) voltou a defender nesta sexta-feira a descriminalização do uso de drogas.
Após participar como convidado da terceira reunião da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia no Rio, FHC classificou como "reacionário" o relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) que condena "lideranças latino-americanas" por se posicionarem favoráveis a descriminalização das drogas.
"Esse é, a meu ver, um pensamento reacionário que está muito incrustado em certos setores da ONU. Eles acham que não se pode fazer nada. Só que, com isso, estão perdendo a guerra. O caminho não é por aí", afirmou o ex-presidente.
FHC disse ainda que os brasileiros buscam maneiras mais eficazes de lidar com as drogas, depois do fracasso visto em outras nações.
"A ONU, na verdade, está numa posição de guerra às drogas, que foi o que gerou tudo o que está acontecendo de violência aí, como vemos na Colômbia e no México, por exemplo. É guerra e nós estamos propondo paz. Nós queremos tirar as pessoas das drogas, diminuir o uso das drogas, se possível eliminar, mas se você usar isso como escudo para botar na cadeia a situação vai agravar", disse o ex-presidente.
Um dia depois de gravar um documentário sobre drogas na favela ocupada pela polícia pacificadora, Dona Marta, em Botafogo (zona sul do Rio), FHC elogiou as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), mas afirmou que apenas esta medida não é suficiente. De acordo com o ex-presidente, o projeto ajuda a diminuir o uso das drogas, mas não por completo.
"Com a UPP, o Estado volta a controlar o território. Isso vai diminuir a violência. Vai diminuir o uso de droga, eventualmente, mas não vai acabar porque existe ainda maconha nesses locais", garantiu.
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